Luluzinha, Glorinha, Aninha, Monicas e Magali




As Historias em Quadrinhos , BD como se diz na Bélgica, fizeram parte também do universo infantil das crianças brasileiras desde os anos 50? A primeira revistinha que eu li se chamava o "club do tico -tico" era cheia de historinhas em quadrinhos e algumas outras escritas ,e experiências e jogos do sete erros ,etc bem interessante . Parece simples perto dessa imensidão de ofertas que as crianças tem hoje na Internet ou via computadorizadas, mas não se esqueçam que nos anos 50 , bem pouco tempo atráz , nada disso existia nas nossas vidas.
Eu ficava todo dia de segunda a sábado, pendurada na janela do meu quarto que dava para a rua esperando o jornaleiro, Raphael era o seu nome, um filho de italianos como quase todos os jornaleiros na época no Rio de Janeiro, que percorria toda a rua, gritando!!sim, JORNAL!!!!
Eu sabia que ali estavam todas as maravilhas que eu gostava , Luluzinha e a Revista da Turma do Bolinha, e os Disneys, Pato Donald ,Mickey, Margarida e o almanaque do Tio Patinhas.
Como na época o dinheiro não era muito, as mães não eram consumistas e liberais, e graças a Deus os jornaleiros eram " amigos" , ele deixava todas comigo perto das 9h da manha e as 12H passava de volta, para pegar ,quanto mais eu lê-se rápido, melhor, pois devolvia a maioria . Me era permitido comprar uma ou duas normalmente,e eu lia as que eu gostava menos, e deixava para comprar as que eu gostava mais o "Tico tico e a Luluzinha"

NA moral machista vigente, a Luluzinha era um modelo de feminismo dos anos 50 ela desbancava o plano dos meninos, do club do Bolinha, era apaixonada pelo Plínio Raposo um "play boy" riquinho que sempre a trocava pela Glorinha uma" loura burra "e galmurosa ". A Aninha era sua melhor amiga, elas brincavam de comidinha e casinha (não esqueciam o lado domestica) e espionavam e desbaratavam o plano dos meninos , Bolinha, Alvinho e Juca e Carequinha .O chefe do grupo , o Bolinha ,que era também "caidinho" pela Glorinha, mas no fundo o Bolinha morria de ciúmes da Lulu.
Essas historias ficaram tão famosas que viraram até musica já na época de adolescência da JOVEM GUARDA.
Depois com o passar dos tempos as historinhas foram substituídas por algumas outras americanas, também: Gasparzinho , Brasinha ,Tininha e Bolota e Riquinho , das quais a únicas que ficaram marcadas para sempre, foram as custas do cinema americano nos filmes GASPER e RIQUINHO, muitos anos depois..
No Brasil de hoje a Turma da Mónica prevalece, alguns outros tentaram e conseguiram algum sucesso como o Menino Maluquinho do Ziraldo e os sempre adoráveis personagens do sitio do picapau -amarelo mas que nao eram originários dos quadrinhos e sim das imotais historias de Monteiro Lobato, muito bem divulgadas pela Rede Globo ( pelo menos isso fizeram de bom)
Enfim as Mulheres prevaleceram:
Luluzinha e Mônica cada uma do seu jeito, e adaptadas a suas épocas ,são imortais no universo feminino brasileiro, pelo menos desde os anos 50 até os dias de hoje
Isso merece uma analise sociológica maior.....

Comentários

ZERO disse…
Bem... Não acompanho as "BDs" há muito tempo, não.

Mas o que acompanho é a perda de espaço das HQs tradicionais para o formato japonês - o Mangá!

São histórias com contexto mais maduro - na maioria das vezes - e um certo apelo sexual e violento.
E quase todos têm censura de no mínimo, 14 anos.

Vc os conhece?
* Ana Amelia * disse…
Nossa! Q texto legal! Meu pai era criança carioca nos anos 50 tb. Vou perguntar pra ele essa história dos jornaleiros. Ele me conta é que ia no cinema para ver desenhos, noticiários e filmes. Eu já sou da geração Turma da Mônica! Já na adolescência me rendi aos americanos tb: X-Men e Batman. Mas até hoje toda vez q eu vou no Brasil, passo numa banca e compro um monte de revistinha da turma da Monica pra ler.

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