Quando o Amor Desanda

QUANDO O AMOR DESANDA


Grande parte, talvez a maioria das pessoas, procuram-se por causa de diferenças complementares que possuem, depois essas mesmas diferenças, crescerão até distanciá-las. Há uma percepção antecipada do que é falta, carência e insegurança nos nossos núcleos internos. Procura-se, então, quem tem ou parece ter o que nos falta. No começo é ótimo. Depois...babau... embora, hajam relações que se baseiam a vida inteira nessas diferenças que se complementam.
A união entre duas pessoas quando não é amor, mas nele se camufla — é a complementação de necessidades que, num dado momento da vida de cada um, parecem essenciais para a solução de suas dores, mágoas ou carências. Amor é deveras confundido com “necessidades complementares”.
O progresso interior ,ou amadurecimento de apenas um dos membros do par amoroso, torna ainda mais instável a relação porque dela retira o caráter complementar que a mantinha. Dois espelhos, um defronte do outro, geram imagem infinita. Um só espelho reflete apenas a imagem de quem olha. Olhar e ver o outro acalma Olhar e apenas ver-se é, para muitos, insuportável.
Quando a evolução de uma das pontas do par amoroso dá-se de maneira mais rápida que a da outra, esta não tem mais em quem projetar suas ansiedades. Uma parte já não aceita as cargas da outra, antes assimiladas por imaturidade, medo ou dependência econômica. Aí o equilíbrio do par se abala. Ou se rompe.
Por evolução não se entenda apenas a intelectual. Esta é importante, porém não decisiva. Numa pessoa, há vários núcleos internos que podem ganhar graus ou ritmos evolutivos diversos: emocional, sexual, profissional, espiritual, físico, econômico, político.
Somos seres variados, plurais. Nossa arquitetura interior possui elementos de vários estilos e escolas. Englobamos e amealhamos tendências díspares, propostas diferentes em nossos vários núcleos interiores. Assim em nossa relação mais profunda, que é a íntima, cada núcleo interior, seja intelectual, emocional, sexual, profissional, espiritual, político e econômico, poderá ter ritmos diversos de evolução.
Somos seres tão estranhos que podemos passar por evoluções intelectuais formidáveis e permanecer anos a fio estacionados ou cristalizados em outro núcleo emocional. Podemos evoluir emocional, profissional e politicamente e permanecer estacionados sexualmente, e repetir as antigas, estacionárias ou primárias formas de exercício do instinto sexual. E assim por diante. É muito difícil evoluir por igual em todos os nossos núcleos interiores. Por isso desandam tantos casos de amor
Violleta 200o

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